










O projecto da estrada das Ginjas é um atentado ao património natural da Madeira dizem 9 ONGs de ambiente
O Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do projeto do caminho das Ginjas esteve em consulta pública durante mais de um mês. As ONGA signatárias deste comunicado analisaram detalhadamente esse estudo e verificaram que apresenta falhas graves. O estudo está feito unicamente com o propósito de validar o projeto e não para identificar os impactes ambientais do mesmo. O estudo apresenta as seguintes falhas e erros graves:
Não demonstra, nem fundamenta a necessidade do projeto
Não estuda, nem compara alternativas ao projeto, como exige a diretiva Habitats para projetos que afetam da Rede Natura 2000
Não carateriza adequadamente a situação de referência no que diz respeito à flora e fauna, tendo sido excluídos do estudo grupos prioritários, da flora, como os briófitos, e da fauna, como os insetos e os gastrópodes terrestes, sem qualquer fundamento
Falha na identificação e avaliação dos impactes sobre as espécies e habitats prioritários, e na avaliação dos impactes cumulativos com outras infraestruturas na envolvente, como os parques eólicos
Também não indica medidas de minimização, compensação e monitorização adequadas e suficientes para cumprir com as garantias exigidas pela Diretiva Habitats na salvaguarda na Rede Natura 2000
Nos seus pareceres, as nove ONGA apelam à Direção Regional do Ambiente e Alterações Climáticas (DRAAC), autoridade desta Avaliação de Impacte Ambiental (AIA), que emita uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) desfavorável e, assim, inviabilize o licenciamento deste projeto. Esta é a posição destas organizações face ao EIA e face ao projeto de estrada, que é totalmente desnecessária e fortemente prejudicial à Laurissilva da Madeira. Nas suas palavras Domingos Leitão, Diretor Executivo da SPEA, considera que “este estudo pretende apenas mascarar um projeto inútil e lesivo para o ambiente, que não serve nem as populações, nem os interesses da região”. “Não acreditamos que a Direção Regional do Ambiente vá viabilizar um EIA e um projeto tão negativo”, conclui.
Mas, se este estudo não tiver uma DIA desfavorável, estas organizações não vão baixar os braços, e ponderam apresentar queixa na Comissão Europeia e na UNESCO. Estas nove organizações não abrem mão de defender o património natural da Madeira e os interesses a longo prazo da região e das suas populações.
Consultar Parecer Negativo: Estudo de Impacte Ambiental do projeto Caminho das Ginjas – Paul da Serra
Contactos
SPEA: Domingos Leitão (969 562 381)
AAPEF – Raimundo Quintal (info@amigosdoparque.com)
ANP/WWF – Ângela Morgado (918 428 829)
GEOTA: Hélder Careto (962 602 680)
FAPAS: Nuno Gomes Oliveira (917 888 272)
LPN: Rita Martins (968876819)
QUERCUS: Paula Nunes da Silva (961 184 055)
SPECO: Maria Amélia Martins-Loução (217500439 ext: 24110)
ZERO: Francisco Pereira (969078564)


“O mundo como o vemos, é crucial para o mundo que construímos. O que pensamos, as histórias que ouvimos e as narrativas que nos contamos compõem as nossas personalidades e criam os nossos objetivos, e por tal é de grande importância inspirarmo-nos pelo mundo que queremos e não apenas viver na influência daquilo que já existe. Este vídeo é apenas um exemplo. O Solarpunk é a utopia que pode tornar-se realidade. Além de ser importante estarmos informados e conscientes dos problemas atuais e da História, é importante também fazer tempo para mentalmente nos deixarmos inspirar pelo que pode ser, recarregar energias e imaginar, porque tudo começa aí; ir para fora da cidade e imaginar um mundo livre de poluição; olhar para o mar e imaginar o salvamento de refugiados em vez da morte e apatia destas pessoas que fogem dos seus países de origem por desespero, por necessidade extrema; imaginar o melhor nos demais, além do egocentrismo, ganância, corrupção e violência que o ser humano já mostrou ser capaz; pintar um mundo de cores em vez de deixar que as duras realidades nos tirem as nossas cores. Cuidar do nosso bem-estar mental e emocional é fundamental para uma mudança social positiva. Um mundo novo é possível. E nós iremos dar lugar a novos sistemas, em equilíbrio!”

“Visita a 28 espécies arbóreas, incluindo uma árvore classificada de interesse público – a Dracaena Draco -, com o apoio de um técnico, mediante marcação e com recurso a uma brochura cedida gratuitamente.”













«Entre os catorze e os dezanove anos, fui educado num liceu agrícola da província, isolado nos campos da Itália central.
Estava lá para aprender um verdadeiro ofício. Desse modo, em vez de me consagrar ao estudo das línguas clássicas, da literatura, da história e das matemáticas, como faziam todos os meus amigos, passei a minha adolescência mergulhado em livros de botânica, de patologia vegetal, de química agrária, de cultura hortícola e de entomologia. As plantas, as suas necessidades e doenças, eram o objecto privilegiado de todo o estudo nessa escola. Esta exposição quotidiana e prolongada a seres que estavam, inicialmente, tão distantes de mim marcou de forma definitiva a minha visão do mundo. Este livro é a tentativa de ressuscitar as ideias nascidas nesses cinco anos de contemplação da sua natureza, do seu silêncio, da sua aparente indiferença a tudo o que chamamos cultura.
[…]
A planta encarna o laço mais estreito e mais elementar que a vida pode estabelecer com o mundo. O inverso também é verdadeiro: ela é o observatório mais puro para se poder contemplar o mundo na sua totalidade. Debaixo do sol ou das nuvens, misturando-se com a água e com o vento, a sua vida é uma interminável contemplação cósmica, sem dissociar os objectos e as substâncias, ou, dizendo-o de outro modo, aceitando todas as nuances, até se fundir com o mundo, até coincidir com a sua substância. Nunca compreenderemos o que é uma planta sem termos compreendido o que é o mundo.
[…]
Os seres vivos são para o mundo o que as flores são para as plantas: o seu sexo. Estamos acostumados a entender a sexualidade como um acto puramente orgânico ou uma dimensão exclusivamente biológica. Deveríamos, ao contrário, aprender a considerar a sexualidade biológica como um dos múltiplos reflexos de um fenómeno de dimensão cósmica, no qual o mundo se renova e modifica a sua consistência.
O mundo é constantemente rearmado de modo diferente, e é isso que reproduzimos sexualmente. A vida é o sexo do mundo: não alguma coisa que tenha acontecido acidentalmente e a posteriori em algum momento da sua história, mas a sua estrutura originária, o seu dinamismo identitário mais profundo.» Emanuele Coccia



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